A integração lavoura-pecuária é uma tecnologia que vem conquistando cada vez mais adeptos no Sudoeste Goiano. É consenso entre os produtores que quem adota essa tecnologia busca por melhorias do sistema de produção, seja por conta da palhada deixada pela pastagem, que favorece o cultivo de grãos na safra posterior, ou pela oportunidade de ter pasto de qualidade e com oferta adequada para os animais durante o período seco. No final, o que todos buscam é maior produtividade e lucratividade, mantendo a sustentabilidade do sistema de produção.
Controle de invasoras
O capim implantado no sistema de integração, também deve ser considerado como uma cultura e, como qualquer cultura, deve receber os devidos tratos culturais para atingir o seu máximo potencial produtivo. Dessa forma, é de fundamental importância realizar o controle de plantas indesejadas no sistema (invasoras ou tiguera) ainda no início do desenvolvimento do capim, evitando assim que essas plantas suprimem o crescimento da forrageira, assegurando maior velocidade de desenvolvimento e rápido estabelecimento da pastagem.
Primeiro pastejo
O momento de realização do primeiro pastejo na área é muito importante, pois reflete diretamente na estrutura e qualidade do pasto, que por consequência, vão interferir na eficiência de utilização do pasto pelos animais. Alguns produtores acreditam equivocadamente que é preciso deixar o pasto acumular bastante massa e ficar bem “alto” e/ou até mesmo semear para poder colocar o gado. Mas na verdade essa prática, além de comprometer a estrutura no pasto por conta do grande acúmulo de colmos e reduzir a qualidade devido ao aumento do teor de fibras, também compromete o perfilhamento e crescimento da planta e qualidade da palhada que será deixada no sistema para a cultura seguinte. Nesse sentido, o ideal é que o primeiro pastejo seja realizado quando o pasto atingir a altura de manejo recomendada para cada cultivar, assim o pasto é colhido mais cedo pelos animais, com maior proporção de folhas e ainda há uma boa disponibilidade de água no solo, que pode garantir maior perfilhamento das plantas, produção de novas folhas e maior produção de raízes.
Compensa realizar adubação em cobertura de pastos de ILP?
A resposta é não, pois nesse modelo de sistema de produção, acredita-se que o residual de nutrientes deixado pela lavoura no solo, deve ser suficiente para atender a demanda do capim. Além disso, no momento que seria adequado para realizar a adubação em cobertura do capim, que seria após o primeiro pastejo, as condições climáticas já não são tão favoráveis para a realização dessa prática, pois há uma grande redução de chuvas, com grande risco de não chover o suficiente para que a planta consiga aproveitar os nutrientes disponibilizados pelo fertilizante.
Qual suplemento devo utilizar para melhorar o desempenho dos animais e o aproveitamento do pasto?
É importante lembrar que apesar do período do ano ser seco, o pasto de ILP é verde e possui alto valor nutritivo, ou seja, você tem um pasto de águas (produtivo e vigoroso) para explorar no período seco do ano, logo a suplementação deve acompanhar as características do pasto.
Quando devo retirar os animais da área?
É importante ressaltar que esses pastos não podem ser “rapados”, pois após a retirada dos animais deve-se deixar um bom residual de massa para dessecação e formação de palhada para a cultura posterior. O ideal é garantir um estoque de 3 a 5 toneladas de matéria seca de palhada para o plantio da cultura subsequente, isso vai assegurar uma boa cobertura do solo e supressão de plantas daninhas.
Escrito Por Hemython Luis Bandeira do Nascimento
Pesquisador Agronômico I – Forragicultura e Pastagem, Centro Tecnológico Comigo – CTC