A engorda de bovinos para abate em sistema de confinamento é uma prática adotada no Brasil há muitos anos e bastante conhecida pelos pecuaristas. No entanto, a recria de animais em confinamento durante o período das secas, ainda é uma estratégia pouco adotada em fazendas de corte, mas que vem ganhando espaço ultimamente, devido à necessidade de intensificação para a diluição do ágio do bezerro e redução da idade de abate dos animais.
Essa estratégia possibilita encurtar o ciclo de produção e atender mercados cada vez mais exigentes, como é o caso do famoso “boi china”, que tem como exigência o animal com menos de 30 meses de idade, ou popularmente conhecido como boi de 4 dentes.
Além da redução do ciclo produtivo, a recria em confinamento possui outras vantagens como:
Alívio das pastagens no período de escassez de forragem;
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Possibilita uma melhor rebrota do capim, uma vez que os pastos ficam vazios no início das chuvas, o que permite que os mesmos se recuperem e fiquem mais robustos para suportarem uma maior carga animal durante o período das águas;
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Compra de bezerros em épocas favoráveis: oportunidade de compra de animais quando seu preço estiver mais atrativo;
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Aumento da produtividade: com o maior ganho médio diário no período seco, a fazenda eleva a produção de arrobas ao longo do ano;
Do ponto de vista nutricional, por se tratar de animais jovens que ainda estão em fase de crescimento, a dieta destes animais possui um maior nível de volumoso, já que nesta fase buscamos ganhos de peso moderados (entre 0,700 a 0,800 kg por dia). Já em relação ao manejo, este é muito semelhante ao confinamento de animais para abate, onde devemos ter espaçamento adequado nos currais, além de uma boa rotina de fornecimento da dieta, bebedouros limpos com água de qualidade e sempre disponível.
Comparado com uma recria tradicional com suplemento proteico de baixo consumo, cujo GMD fica em torno de 0,200 kg/dia no período seco, os animais recriados em confinamento iniciarão o período das águas cerca de 60 kg mais pesados (considerando um período de 120 dias), ou seja, os animais que, no início das secas, pesavam 210 kg, chegarão ao final das secas com aproximadamente 300 kg, onde poderão completar a recria durante as águas e atingirão o peso para entrar no confinamento no início das secas.
Já o mesmo animal em uma recria com baixo nível de suplementação, chegará ao final do período seco com aproximadamente 235 kg, necessitando de um tempo maior no pasto até atingir o peso para entrar no confinamento.
Os bezerros confinados durante a seca devem retornar às pastagens após o capim se restabelecer, normalmente de 20 a 30 dias após as primeiras chuvas e devem receber suplementação adequada para que a taxa de ganho de peso permaneça constante, e os animais mantenham o bom desempenho.
Por ser uma estratégia que busca a intensificação da produção animal, o confinamento de recria deve ser acompanhado de assistência técnica capacitada, buscando sempre o melhor desempenho associado à eficiência do sistema de produção. E a COMIGO conta uma equipe técnica especializada e com produtos de ótima qualidade para atender as necessidades do produtor e garantir o sucesso da atividade pecuária.
Por Gustavo Vinicius de Souza dos Anjos, Consultor Técnico – Rações COMIGO