A lista a seguir foi elaborada pela Forbes com auxílio da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. Foram priorizadas empresas que nasceram, cresceram e criaram forte identificação com seu estado de origem.
Propositalmente deixamos de fora o Rio de Janeiro e São Paulo – que, juntos, representam cerca de 40% do PIB nacional – para lançar luz sobre empresas, empresários e executivos que, com igual talento e determinação, trabalham duro para quebrar essa hegemonia na economia do país.
*trecho extraído referente ao presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia.
Matéria completa no Link: https://forbes.com.br/listas/2019/11/10-liderancas-regionais-pelo-brasil/#foto6
CENTRO-OESTE
ANTONIO CHAVAGLIA – COMIGO
Há 33 anos, ele está à frente da Cooperativa dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano – R$ 4,4 bilhões de faturamento com 7.600 cooperados
Antonio Chavaglia rejeita o título de líder, mas suas palavras e decisões são seguidas há três décadas por produtores de 15 municípios do sudoeste goiano que mudaram suas vidas ao terem a produção de milho e soja inserida no mercado internacional. À frente da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano) há 33 anos, o paulista de Aramina, aos 73 anos, recebeu o título honorífico de cidadão goiano em abril último, na Assembleia Legislativa de Goiás, por “ser uma pessoa de conduta ilibada com grandes serviços prestados à sociedade do estado”. Ele vive na região há 51 anos.
Em seu oitavo mandato como presidente, Antonio foi um dos fundadores da que hoje é considerada uma das cinco maiores cooperativas do país no ramo da agropecuária, criada há 44 anos e sediada em Rio Verde (GO). No ano passado, ela teve faturamento de R$ 4,4 bilhões (o maior dos últimos cinco anos); conta com 7.600 cooperados e emprega quase 4 mil trabalhadores diretos e indiretos. “O grande mérito de uma cooperativa é promover o bem-estar social, o poder de capacitar e inserir esses produtores no mercado: onde tem uma cooperativa, a renda per capita muda completamente em cinco anos”, avalia.
Antonio conta que a Comigo tem feito um trabalho com 40 jovens e 50 mulheres por ano para mostrar o que é o agronegócio e incentivar a sociedade familiar. “São mulheres que assumiram a propriedade rural depois que o marido morreu ou se separou e estão indo muito bem, produzindo grãos e pecuária. Queremos mostrar a importância da união familiar e da proteção que os cooperados têm ao se associar: a garantia de não serem explorados. Igualando o preço de quem vende 200 mil sacas de soja ou mil sacas, fazemos justiça social. ”
As principais atividades da cooperativa são beneficiamento, industrialização e comercialização de produtos agropecuários; 60% provenientes da soja e do milho e 21% de insumos, além do recebimento, transporte, classificação e armazenagem, comercialização nos mercados interno e externo, lojas agropecuárias, produção de suplementos minerais e unidades armazenadoras. Hoje, os cooperados exportam farelo de soja e óleo bruto para Europa, enquanto o óleo refinado é vendido para o mercado interno.
O clima de incerteza no cenário político e econômico atual, entretanto, tem deixado o presidente um tanto apreensivo; e ele reconhece que será difícil fechar as contas com saldo positivo neste ano. Os custos de produção aumentaram mais de 30% e o preço da soja caiu mais de 10%. Chavaglia também aponta entraves como a redução de incentivos fiscais, fixação da tabela de preços de fretes, as distâncias até o porto de Santos e a falta de ferrovias para interligar o transporte para o escoamento dos grãos. “No Brasil, não temos nem seguro agrícola. Os produtores que estão em regiões mais distantes do porto estão sendo massacrados, sem renda, sem crédito e sem condições de trabalhar. As grandes empresas já anunciaram que vão diminuir o crédito para os produtores rurais em 50%. É um cenário bastante complexo e uma incerteza muito grande”, desabafa.
Ainda assim, desde o ano passado estão investindo R$ 350 milhões em construção de armazéns de soja, fábricas de ração, lojas agropecuárias, aumento de frota, unidades de produção de suplemento mineral, reestruturação de armazéns antigos e construção de quatro novos com capacidade para abrigar até 390 mil toneladas de milho e soja.
“Jamais serei um pessimista. Já vi muita coisa nesses anos todos, já atravessei muita turbulência, e meu desafio é manter os cooperados estimulados. Todo dia você aprende alguma cosia, mas morre sem saber nada. ” (CB)
(Fonte: Revista Forbes – Clarissa Beretz, Décio Galina, Lucas Borges Teixeira, Mariana Weber e Thiago Ney)
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